Tartaruga pré-histórica de Pernambuco conseguiu sobreviver ao
período que se seguiu à extinção dos dinossauros e de boa parte dos répteis da
Terra, informa estudo que tem como autora principal a doutoranda em geologia da
UFPE Anny Carvalho, publicada na revista especializada "Zootaxa". A
espécie media apenas 50 cm de comprimento e ainda é um mistério como sobreviveu
a uma época (o Paleoceno) em que a disputa por alimentos e recursos era feroz.
Seu habitat era o mar pré-histórico onde hoje fica o estado de Pernambuco. As
informações são do jornal Folha de S. Paulo, que trouxe na edição deste sábado
matéria sobre a descoberta.
"Ainda não podemos determinar o motivo específico para
ela ter sobrevivido, mas as tartarugas sobreviveram a várias extinções. A
carapaça tem uma função de proteção importante", afirmou Anny Carvalho.
Na opinião da paleontóloga da UFPE Aline Ghilardi,o tamanho
pequeno e a alimentação variada da tartaruga pernambucana foram fatores que
auxiliaram a sobrevivência do animal. Ghilardi também participou do estudo
publicado na 'Zootaxa.'
Segundo o estudo, a tartaruga provavelmente era carnívora.
Ela foi batizada pelos autores do trabalho como Inaechelys Pernambucensis, que
significa "a tartaruga rainha do mar de Pernambuco", informa a
matéria da Folha de S. Paulo. O nome faz referência à Iemanjá e foi uma forma
de os pesquisadores prestarem uma homenagem à cultura afrobrasileira.
A "rainha do mar pernambucana" não tem relação com
as tartarugas atuais, mas o estudo dessa espécie pode dar indicativos
importantes não só sobre a evolução das tartarugas, mas também de outros
animais.
O fóssil da tartaruga pré-histórica pernambucana (uma parte
da carapaça e alguns ossos) "foi encontrado na chamada pedreira Poty,
cerca de 30 km ao norte do Recife", diz a Folha. "A descoberta foi
possível porque a mineradora tem uma parceria com os cientistas, enviando
periodicamente material de interesse para a universidade".
FONTE: DIÁRIO DE PERNAMBUCO
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